O algodão destaca-se como uma das principais commodities do agronegócio nacional. Atualmente, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking de produção global, atrás da Índia, da China e dos Estados Unidos. Já em relação aos maiores exportadores, o país encontra-se na segunda posição – estando os EUA na liderança.

Essa condição foi proporcionada pelo avanço da cultura no Cerrado brasileiro, a partir da década de 1990, depois que produtores, pesquisadores, governos e instituições empregaram grandes esforços e novas tecnologias para aperfeiçoar o sistema produtivo na região.

Apesar do crescimento da cultura do algodoeiro no Brasil, os cotonicultores ainda encontram grandes desafios para manter a produtividade nas diversas regiões produtoras do país. Um desses obstáculos é a ocorrência de pragas, que, caso não sejam controladas, podem reduzir drasticamente a produção.

Confira algumas espécies de pragas que podem impactar a produtividade dos algodoeiros

A cultura do algodão pode ser acometida por diversos tipos de pragas, que costumam atingir toda a planta, desde as raízes, folhas e hastes até as estruturas frutíferas.

Dentre elas, o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é a que mais representa perigos à cotonicultura, uma vez que tem o potencial de reduzir drasticamente a produtividade.

Além do bicudo, há uma diversidade de outras pragas que pode impactar negativamente a produção da cultura. Algumas delas são: lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), mosca-branca (Bemisia tabaci), pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii), broca-da-raiz (Eutinobothrus brasiliensis) e percevejo-castanho (Scaptocoris brachiariae) .

Confira a seguir as características dessas pragas e os danos que causam para os algodoeiros.

Bicudo-do-algodoeiro

Bicudo-do-algodoeiro

Os ataques do bicudo-do-algodoeiro são iniciados nas bordas da cultura, podendo se estender por toda a planta. O período crítico de ocorrência é, geralmente, entre 40 e 90 dias após a emergência e começa na fase da emissão de botões florais, seguindo até a abertura dos primeiros capulhos.

Esses ataques podem ocorrer por meio tanto das larvas quanto dos adultos, atingindo, em um primeiro momento, os botões florais. Nessas estruturas, as larvas alimentam-se e os adultos realizam a oviposição, causando danos que podem ser vistos a partir do amarelecimento das brácteas e da queda dos botões florais.

Outras estruturas da planta também podem ser afetadas, como flores e maçãs. No primeiro caso, as flores ficam impossibilitadas de se abrir normalmente e apresentam pétalas perfuradas. Nas maçãs, por sua vez, as agressões das larvas danificam as fibras e as sementes.

Vale destacar que as plantas, quando sofrem ataques severos, apresentam crescimento excessivo. Contudo, a produção de algodão é reduzida. Avalia-se que os prejuízos provocados podem afetar cerca de 70% da produtividade.

Lagarta-do-cartucho

Os ataques da lagarta-do-cartucho ocorrem desde o mediano até o ponteiro do algodão. Eles se iniciam no começo da fase larval, quando a praga raspa o parênquima das folhas para se alimentar. Com isso, a área fotossintética da planta é reduzida, comprometendo a produtividade.

Posteriormente, ela devora a epiderme das brácteas, flores e maçãs. Vale destacar que essa alimentação ocorre de forma mais voraz a partir do terceiro instar.

A ocorrência da lagarta-do-cartucho pode ocasionar redução drástica do algodoeiro. Estima-se que as perdas provocadas pela praga podem comprometer até 60% da lavoura.

Broca-da-raiz

Para se alimentar, a broca-da-raiz inicia seu ataque criando aberturas nas galerias, na área dos vasos lenhosos da planta. Essas galerias aumentam de tamanho conforme as larvas evoluem.

Por conta dos cortes realizados nos vasos, a circulação da seiva bruta fica impedida, o que provoca a paralisação do desenvolvimento da planta, que pode ou não morrer. Nessa segunda situação, a planta fica comprometida, apresentando fibra de qualidade inferior.

Os primeiros sintomas dos ataques realizados pela broca-da-raiz caracterizam-se por folhas avermelhadas, que murcham nos períodos mais quentes do dia. Posteriormente, elas secam e caem.

Já na região do colo da planta, observa-se um engrossamento por conta do ataque da praga. Quanto aos sinais nas raízes, é possível notar o surgimento de nós e partes mortas.

Os danos provocados pela broca-da-raiz são maiores em locais com solo arenoso ou de baixio. Eles também são fortes quando os ataques atingem as plantas imaturas, que possuem de 20 a 25 cm de altura.

Percevejo-castanho

O percevejo-castanho realiza seus ataques nas raízes das plantas, onde sugam a seiva para se alimentar.

Esses ataques causam diversos danos à cultura, porque a sucção contínua da praga causa o amarelecimento, definhamento, secamento e morte da planta. Pode ocorrer também de algumas plantas sobreviverem, no entanto, seu desenvolvimento fica comprometido.

Vale destacar que, dependendo da intensidade do ataque, pode haver a necessidade de refazer o plantio do algodoeiro.

Mosca-branca

Mosca-branca

A mosca-branca é uma praga sugadora que causa danos tanto diretos quanto indiretos para a cultura.

Os prejuízos indiretos ocorrem por meio da transmissão de viroses, como o mosaico comum, que provoca engrossamento das nervuras das folhas, coloração amarelada, diminuição da área foliar e caimento de folhas e frutos.

Outro dano indireto ocasionado pelo mosca-branca é a excreção de honeydew substância repleta de açúcar que favorece o desenvolvimento de fungos, entre eles a fumagina.

Esse fungo acomete a superfície dos capulhos e hastes, que passam a apresentar manchas de coloração escura. Essas lesões causam a diminuição da fotossíntese da planta, afetando a produção de fibra e diminuindo o valor comercial do produto.

Já os danos diretos são provocados no momento em que a praga suga a seiva das plantas, injetando toxinas que causam:

  • amarelecimento das folhas;

  • murchamento;

  • manchas necróticas nas nervuras;

  • morte prematura das folhas.

Caso não seja controlada, a praga pode comprometer de 30% a 80% do potencial produtivo da lavoura.

Pulgão-do-algodoeiro

Pulgão

O pulgão-do-algodoeiro costuma se instalar debaixo das folhas e brotos recentes das plantas, locais onde suga a seiva de forma contínua. Quando isso ocorre, as folhas dos ponteiros ficam enrugadas, encarquilhadas e os brotos disformes.

Além disso, o desenvolvimento da planta é impactado e pode ocorrer a presença de mela nas folhas inferiores, responsável por atrair fungos que formam a fumagina e formigas que vivem em simbiose com os pulgões. Caso não seja controlado de maneira eficaz, o inseto pode comprometer até 30% da produtividade.

A maneira mais eficiente para controlar as pragas do algodoeiro

O controle de pragas que infestam as lavouras de algodão não é uma tarefa simples. Por isso, recomenda-se a adoção do MIP (Manejo Integrado de Pragas), a fim de evitar o aumento populacional dessas e de outras espécies e, consequentemente, os prejuízos econômicos.

Essas ações, quando desenvolvidas harmonicamente, proporcionam o controle efetivo dessas ameaças e uma maior proteção do algodoeiro. Dentre as medidas do MIP destacam-se:

  • controle biológico;

  • manejo cultural;

  • controle genético – resistência de plantas e insetos;

  • monitoramento da lavoura;

  • controle químico.

No que refere-se à intervenção química, essa medida deve ser empregada por meio de soluções registradas e que apresentem alta eficiência, a partir do momento em que pragas forem identificadas no algodoeiro.

Visando proporcionar excelentes resultados no manejo de pragas do algodoeiro, a Syngenta conta com um portfólio completo de produtos para diversas situações.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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Redação Mais Agro